sábado, 7 de abril de 2012

Corrupção: PF gravou 70 conversas entre Cachoeira e deputado do PSDB.

Carlinhos Cachoeira, corrupção
O bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso como chefe de uma quadrilha acusada de exploração ilegal de máquinas caça-níqueis e outros jogos ilegais.
A Polícia Federal interceptou 70 ligações entre o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso como chefe de uma quadrilha acusada de exploração ilegal de máquinas caça-níqueis e outros jogos ilegais. A partir das informações, a polícia incluiu o nome de Leréia no organograma da organização de Cachoeira, confidenciou ao GLOBO uma das pessoas que tiveram acesso ao inquérito da Operação Monte Carlo. Com base no relatório da investigação, o ministro Ricardo Lewandowski decidiu abrir inquérito contra o deputado e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), entre outros parlamentares.
O deputado teve conversas interceptadas também na Operação Vegas, concluída em 2009. No último sábado, O GLOBO divulgou trechos de diálogos de Leréia com integrantes da organização de Cachoeira. Numa das conversas, o deputado cobra de Wladimir Garcez, um dos principais operadores de Cachoeira, depósito de determinada quantia de dinheiro. Os diálogos são cifrados. Mas, pela análise das informações, a polícia sustenta que o grupo fala de licitações e outros negócios de interesse direto de Cachoeira.
— Eu liguei pro rapaz lá, falou que só fizeram um depósito daquele lá, entendeu. De cinco… Podia verificar isso aí ? — pede Leréia.
— Não, foi feito ontem o outro, viu? — responde Garcez.
O deputado não entende, e Garcez tenta explicar de forma velada o depósito do dinheiro na conta indicada pelo deputado:
— Foi feito ontem o outro… foi (sic) feito os dois — acrescenta.
Depois desta e de outras conversas, Garcez informa ao tesoureiro da organização de Cachoeira “os dados da empresa e da conta-corrente onde deverão ser depositados R$ 100 mil”, diz relatório que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Garcez foi um dos presos na Operação Monte Carlo, no fim do mês passado. Ele é apontado como o braço-direito da organização criminosa de Cachoeira. (Jailton de Carvalho,O Globo)

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