terça-feira, 4 de setembro de 2012


Natal terá ‘renda extra’ de R$ 500 milhões com a Copa

Andrielle Mendes - Repórter

A Copa do Mundo de 2014 vai gerar cerca de R$ 500 milhões em negócios em Natal. Trata-se, segundo Caio Megale, economista do Itaú Unibanco, da 'renda adicional da economia' - efeito multiplicador do mundial de futebol. É como se o evento aumentasse em 50% todo o investimento aplicado na cidade-sede, que a menos de dois anos para o Mundial, corre para executar as obras de mobilidade. "Podemos dizer que o investimento em Natal será de R$ 1,5 bilhão, considerando não só o que está sendo aplicado nas obras, mas o seu efeito multiplicador na economia", afirma Caio Megale. 
Caio Megale, economista: Copa aumenta visibilidade e dá chance de atrair mais turistas e investimentos
As oportunidades geradas pela Copa e o seu impacto na economia serão apresentados pelo economista na próxima segunda-feira (10) durante o Seminário Itaú Empresas, no Hotel Pirâmide, em Natal.  O Itaú Unibanco está promovendo seminários semelhantes em todas as cidades-sede da Copa. Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Fortaleza já foram visitadas.  Megale vem para 'chacoalhar' o empresariado, como ele mesmo diz, e mostrar que as oportunidades não podem ser desperdiçadas. Segundo o banco, boa parte do impacto econômico da Copa do Mundo virá de grandes obras de infraestrutura. Mas os efeitos multiplicadores  espalharão os benefícios para pequenas e médias empresas.

Com o Mundial, o Rio Grande do Norte tem, segundo Megale, a chance de recuperar o fluxo de turistas estrangeiros. Mas não só isso. "Tem a chance de fechar parceiras e até de atrair indústrias estrangeiras, dada a visibilidade que terá durante a Copa". Para potencializar os ganhos e não deixar passar 'o cavalo selado', poder público e empresariado precisam fazer o seu dever de casa. Executar as obras de infraestrutura no tempo determinado e treinar mão de obra são apenas algumas das tarefas, afirma o economista. O impacto na economia pode ser maior ou menor dependendo da cidade. "De uma forma geral, o evento beneficia a cidade de duas formas: através do investimento em infraestrutura e mobilidade e  através do incremento no fluxo de pessoas", afirma.

Segundo dados do Itaú Empresas, a Copa atrairá para o Brasil três milhões de turistas. Uma pequena parte deles virá para o Rio Grande do Norte - o suficiente para aumentar em mais de 80% o fluxo de turistas internacionais no estado. O aumento do fluxo de turistas vai movimentar a economia como um todo, segundo Megale. A receita adicional deverá chegar a R$ 5 bilhões para as empresas em todo o país, beneficiando setores de hotelaria, transporte, comunicações, cultura, lazer e comércio varejista.

Segundo estudo liderado por Ilan Goldfajn, economista chefe do Itaú Unibanco, a Copa do Mundo deve ampliar o PIB em 1,5 ponto percentual e gerar cerca de 250 mil empregos no Brasil. Além disso, cerca de 165 milhões de potenciais consumidores no país devem gastar de US$ 3 bilhões a US$ 6 bilhões até 2014.

A instituição Financeira dá uma série de dicas para o pequeno e médio empresário que não quer errar na aposta. Avaliar se o setor em que está inserido será impactado, estudar profundamente o público consumidor e elaborar um plano de negócios que contemple as ações pré, durante e pós evento são apenas algumas delas.

Sebrae estima oportunidades para MPES

Um estudo encomendado  pelo Sebrae à Fundação Getúlio Vargas (FGV) também mostra como a Copa do Mundo poderá movimentar as micro e pequenas empresas. De acordo com o levantamento, o mundial vai gerar 356 oportunidades de negócios para as micro e pequenas em Natal, distribuídas em sete segmentos. Na lista, estão comércio varejista/ serviços, turismo e construção civil.

A maioria das oportunidades, porém, está concentrada no setor de Turismo  quando somado  à  área de produção associada ao Turismo (artesanato, cultura e gastronomia)  que responde por 30,8% das oportunidades geradas (110 das 356 oportunidades). Isoladamente, o setor perde para o  comércio varejista/serviços que responde por 22,7% das oportunidades (81 oportunidades). Com 59 oportunidades identificadas, a Construção Civil também figura entre os setores com mais oportunidades. Os segmentos foram eleitos de acordo com a vocação de cada estado.

A pretensão do Sebrae é desenvolver projetos específicos para cada segmento. A ideia é transformar as micro e pequenas em fornecedoras de produtos e prestadoras de serviços, já que não  podem competir diretamente com as grandes empresas em todas as áreas.

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