quarta-feira, 12 de dezembro de 2012


Banco do Brasil cobrava ‘pedágio’ para o PT, afirma Marcos Valério

Segundo Valério, 2% de todos os contratos eram repassados para o caixa do PT.
Condenado a mais de 40 anos de prisão no julgamento do mensalão, o publicitário Marcos Valério, no mesmo depoimento a Procuradoria Geral da República (PGR) em que disse ter pago despesas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também afirmou que dirigentes do Banco do Brasil cobraram, desde 2003, um “pedágio” das agências de publicidade contratadas pelo banco. Segundo o depoimento, publicado nesta quarta-feira pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, 2% de todos os contratos eram repassados para o caixa do PT.
Segundo o “Estado de S.Paulo”, em dois anos, os repasses do Banco do Brasil às cinco agências de publicidade com quem mantinha contrato superaram R$ 400 milhões – uma delas era a DNA Propaganda, de Valério.
O suposto esquema de desvio de dinheiro público que teria de ir para a publicidade foi criado por Henrique Pizzolato, ex-diretor do BB, e Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular do Brasil, que integra a estrutura do Banco do Brasil, de acordo com o depoimento de Valério. Na reportagem, o ex-diretor do Banco do Brasil nega que tenha cobrado “pedágio” das agências de publicidade. Guimarães não foi localizado.
Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro. A pena indica que deverá ficar preso em regime fechado.
No depoimento à PGR, Marcos Valério também disse que Lula foi informado, em reunião no Palácio do Planalto, dos empréstimos no nos bancos Rural e BMG para viabilizar o pagemtno de propina a deputados da base governista e deu “ok”. O operador do mensalão afirmou ter sido ameaçado de morte por Paulo Okamotto, hoje diretor do instituto de Lula. E disse ainda que os R$ 4 milhões pedidos por seus advogados foram pagos pelo PT. Segundo o publicitário, o pagamento foi “a contrapartida” pela participação dele no esquema
Sobre os repasses ao ex-presidente, Valério afirmou que foram feitos dois pagamentos, mas só detalhou um deles, no valor de R$ 98.500, em janeiro de 2003, quando Lula já havia assumido a presidência. O pagamento foi feito à empresa de segurança Caso, do ex-assessor da Presidência Freud Godoy, classificado pelo jornal como “faz-tudo de Lula”. Valério disse que o ex-presidente era o destinatário do dinheiro, que seria usado para “despesas pessoais”, mas também não especificou que gastos seriam esses.
Em viagem à capital francesa, o ex-presidente negou o conteúdo das declarações do publicitário Marcos Valério, Lula fez um único comentário sobre o depoimento de Valério, que o acusa de envolvimento no esquema do mensalão:
— É uma mentira — disse a jornalistas, que faziam a cobertura do evento.
A presidente Dilma Rousseff, que assim como Lula está em Paris, saiu em defesa do ex-presidente. Ela afirmou que se trata de tentativas de desgastar a imagem do presidente Lula.

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